Festas Judaícas

A Alegria da Torá


Por este preceito somos ordenados a renunciar a toda a produção de nossas terras no ano do Shabat e a permitir que qualquer pessoa recolha tudo o que cresce em nossos campos
(Maimônides in Os 613 mandamentos)


A festa de Simchat Torá, em português “A alegria da Torá”, é celebrada logo após Sucot, marcando o fim do ciclo anual da leitura do texto sagrado do judaísmo, com a conclusão do livro de Deuteronômio e o reinício da leitura, em Gênesis. A continuidade demonstra que os judeus jamais deixam de fazer a leitura da Torá. Esse é um dos dias mais alegres do calendário judaico, com serviço religioso festivo na noite da véspera, com danças e músicas animadas. São as hacafot, sete voltas ao redor da bimá, o altar da sinagoga, de onde são dirigidas as orações. Nas congregações liberais, todos os rolos da Torá são retirados do Aron Hakodesh (a arca sagrada) e as pessoas presentes à festa – homens, mulheres e crianças – podem segurá-los para dançar. No serviço religioso de Shacharit (matutino) é realizada a leitura da Torá e todos os presentes à sinagoga recebem a honra de uma aliá, a oportunidade de ser chamado para a leitura, inclusive as crianças que ainda não fizeram bar mitzvá ou bat mitzvá. A comemoração de Simchat Torá teve início durante o exílio na Babilônia, após a destruição do Primeiro Templo, em Jerusalém. Naquela época, em Israel, a leitura da Torá era feita em períodos de três anos ou três anos e meio. Somente depois de o costume de se ler a Torá ao longo de um ano ter se popularizado, durante o exílio na Babilônia, e com a compilação do Talmud, por volta do ano 500, é que a festa foi aceita pelas lideranças religiosas em Israel. A leitura da Torá é feita semanalmente em pequenos trechos chamados de parashiot ou, no singular, parashá (porção), concluindo o livro sagrado em um ano, justamente em Simchat Torá. Em algumas comunidades manteve-se o costume de se completar as leituras em um ciclo trienal. A cada ano, lê-se um terço de cada uma das parashiot. Nas sinagogas, a leitura é feita às segundas-feiras, quintas-feiras e aos sábados, nos serviços religiosos matutino (Shacharit) e vespertino (Minchá) de Shabat, além das datas festivas e dos dias que marcam o início de um novo mês judaico. Cada parashá apresenta um trecho da história bíblica e, nas congregações liberais, sua leitura é seguida de uma prédica, de um Dvar Torá (palavra da Torá) ou de uma drashá (estudo dirigido) com ensinamentos e comentários sobre o texto religioso. Também é comum os líderes religiosos traçarem analogias com o mundo contemporâneo, demonstrando que a Torá pode ter influência nas nossas vidas ainda nos dias atuais. 

Música:
 
Sissu vessimchu beSimchatTorá. Utnu cavod laTorá!
Alegrem-se e felicitem-se em Simchat Torá, e dêem glória à Torá!
Naguil Venassis Bezot haTorá. Ki hi oz veorá.
Alegremo-nos e festejemos em Simchat Torá.
Pois ela (a Torá) é nossa força e luz

(Fonte: Congregação Israelita Paulista)